quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Infarto: O mal que atinge pessoas cada vez mais jovens!

O Infarto Agudo do Miocárdio é uma doença provocada pela ruptura de uma placa de gordura presente nas artéria coronária (vaso sanguíneo que irriga o músculo do coração) favorecendo a instalação de um coagulo bloqueando a irrigação. Tal placa de gordura é a aterosclerose que surge em uma população que apresenta um perfil de risco já bem conhecido de todos, ou seja, que apresentam os chamados Fatores de Risco. O perfil que se tem do paciente infartado é de um homem de meia idade ou idoso, tabagista, em tratamento para diabetes ou hipertensão arterial, obeso e sedentário. Porém, além deste paciente citado, observam-se atualmente pacientes que são vítimas de infarto com menos de 40 anos de idade, tanto homens como mulheres e até atletas. O que será que está motivando os jovens tido como saudáveis a infartarem? Será que estão realmente saudáveis? Respondo que não! Alguns jovens atualmente são muito mais estressados, fumam, estão obesos, sedentários, usam drogas, alimentam-se erradamente e dormem mal. Associado a tudo isto, existe um fator de risco de grande importância que é a herança genética. Pai ou mãe que infartou com menos de 50anos. Pronto! Assim teremos os fatores de risco para ocorrer um infarto em uma pessoa jovem!

Nos vários estudos científicos que abordam este problema, algumas características são similares. O tabagismo se mostra como um fator de risco de grande importância nos pacientes vitimados por infarto. Nas mulheres, a associação de anticoncepcional com tabagismo, favorecem o risco de ter um infarto oito vezes mais que uma mulher da mesma idade e sem esta associação. No mundo de hoje, onde as mulheres ocupam funções de acentuada carga de tensão, estão no mercado de trabalho competitivo e nas universidades, seria raro ver aquelas que fumam e usam anticoncepcional? Será que estas jovens estão se cuidando ou estão obesas e sedentárias? Assim não há proteção do estrogênio natural da própria mulher que dê conta! Ainda em relação às mulheres jovens vítimas de infarto, a mortalidade é maior em relação aos homens da mesma idade e isto está motivando novas pesquisas.
As drogas estão sendo consumidas pelos jovens e favorecendo o risco de infarto. A maconha tem a propriedade de favorecer a aterosclerose mais acentuada que o próprio tabagismo. A cocaína produz várias alterações cardiovasculares: acelera a aterosclerose, provoca aumento da coagulação sanguínea, produz espasmo da artéria coronária, acelera o coração e favorece o surgimento da hipertensão arterial.
Alguns suplementos dietéticos proibidos no Brasil usados para aumentar o performance físico de atletas são a base de efedrina e há relato na literatura médica de atletas vítimas de infarto.
Apesar da evolução da medicina com alta tecnologia e a população bem informada através de várias fontes (jornal, revistas, TV, internet e etc), não se tem conseguido alcançar um resultado considerado ótimo na prevenção da aterosclerose. O surgimento de infarto em jovens na cidade de São Paulo há dez anos eram menos de 6% na população, hoje já são 12%.
Assim sendo, as futuras gerações que estão chegando na fase de adultos jovens esperamos que se primam por um estilo de vida saudável e, os atuais adultos jovens, saudáveis ou já vitimados por um infarto, possam se conscientizar da necessidade de possuírem uma vida sem fumo, com atividade física e boa alimentação.


* Dr. Jorge Luiz Ferreira Brandão é Cardiologista

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